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Mulheres líderes da FLP participam da 67º CSW em Nova York

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Representantes de sete organizações que compõem a Plataforma Feminista Pela Terra e Territórios (Feminist Land Platform – FLP) participaram da 67ª sessão da Comissão sobre a Situação das Mulheres (CSW), promovida pelas Nações Unidas em Nova York (EUA). Com apoio da Ford Foundation e em parceria com a Oxfam Internacional, elas aproveitaram uma semana intensa de muitas trocas.

Um dos pontos altos da participação da FLP no evento foi a mesa-redonda “Expansão dos direitos das mulheres à terra e território para garantir a sustentabilidade ambiental e condições de vida digna”, promovida pela Plataforma no dia 7 de março, à margem da programação oficial da CSW.

O evento contou com a presença de 31 mulheres representantes de organizações feministas da América Latina, Norte da África, África, Europa e Estados Unidos. A mesa-redonda contou com tradução simultânea para português, inglês, francês e espanhol e transmissão online ao vivo.

Entre os resultados do encontro está uma versão atualizada da Chamada à Ação redigida pela FLP em Utrecht em 2019. A declaração, que clama por uma união de forças na luta por justiça de gênero e pelo direito das mulheres à terra e aos territórios, foi apresentada em um evento promovido pela Oxfam no dia 10 de março.

As líderes das organizações membro da FLP presentes no evento se mostraram muito satisfeitas com a experiência, a começar pela possibilidade de se encontrarem presencialmente após os anos de distanciamento imposto pela pandemia de Covid-19.

“Podermos estar juntas e trocar presencialmente foi extraordinário e reforçou nossa amizade. Nos conhecemos melhor e conhecemos as especificidades de cada uma das nossas irmãs”, afirma Amina Amharech, da organização Azul (Marrocos). Ela ressaltou que a ocasião também permitiu à FLP se tornar mais conhecida e estabelecer novas conexões.

“Outro ponto importante foi a chance de reforçar nossa parceira com a Ford Foundation e a Oxfam. Representantes de ambas as organizações estavam presentes e tivemos uma excelente sinergia. Espero poder viver outros encontros como esse no futuro”, concluiu.

Patrícia Chaves, do Espaço Feminista (Brasil), acrescentou que foi muito importante participar de alguns eventos paralelos da CSW onde se discutia a importância da inclusão digital de mulheres e jovens: “já estamos realizando isso em nossos territórios. Assim, a nossa participação confirmou como estamos trabalhando com a questão da inclusão digital”.

Em relação à mesa-redonda, ela destacou como foi recompensador fazer um evento inclusivo, proporcionando tradução e participação remota: “Foi um desafio, mas ficamos muito felizes, pois todas as representantes da FLP tiveram espaço de fala e puderam expor suas ideias. O evento gerou uma discussão muito rica, inclusive para fazermos nosso planejamento enquanto Plataforma. E depois da mesa-redonda fomos abordadas por mulheres que gostariam de fazer parte da FLP, o que é maravilhoso”.

Elsa Maria Arroyo, da Mudeci (México), agradeceu pela oportunidade de levar as vozes das mulheres de base a um evento internacional organizado pela ONU: “Isso permite que nós mulheres que vivemos os territórios façamos parte do estabelecimento de normas e políticas globais que promovem a igualdade de gênero e a capacitação das mulheres e crianças”, pontuou.

Na mesma linha, Marta Esber, da Fundación Plurales (Argentina), ressaltou que a participação em eventos globais como a CSW permite conhecer quais temas estão na agenda dos organismos multilaterais, governos e sociedade civil e saber se as questões discutidas estão efetivamente vinculadas aos interesses e necessidades mais urgentes das mulheres, meninas e dissidências, especialmente aquelas de setores mais vulneráveis e precarizados.

Além disso, Marta ficou satisfeita por poder conhecer outras organizações feministas que trabalham pelos direitos das mulheres indígenas, campesinas, afrodescendentes e urbanas marginalizadas e escutar suas perspectivas.

“Pudemos ver as coincidências em relação à gravidade da crise global que está afetando a qualidade de vida de mulheres, meninas e dissidências em todo o Sul Global”, comentou, celebrando a oportunidade de fortalecer ações em defesa dos direitos das mulheres e promover agendas em comum”. 

“Também aproveitamos a ocasião para dar visibilidade à situação da nossa irmã Kamira Nait Sid, da Argélia, defensora dos direitos humanos Amazigh que está detida injustamente, e ao sofrimento que vivem as mulheres e crianças em campos de refugiados na região do Sahel”, apontou Saoudata Aboubakrine, da organização Tin Hinane (Mali).

A moçambicana Nzira Razão de Deus, da organização Fórum Mulher, falou sobre a oportunidade de interagir com representantes do governo de Moçambique e outros países, apresentando as preocupações de pequenas produtoras rurais que enfrentam dificuldades decorrentes da chegada de grandes investimentos que têm impactado negativamente suas vidas.

“Além disso, foi ótimo trocar experiências com companheiras de outros países, ouvir sobre suas lutas e conquistas e juntas pensarmos em estratégias para, globalmente, enfrentarmos o contexto difícil que estamos vivendo”, completou.

Clara Merino, da Luna Creciente (Equador), fez coro à companheira, observando a importância do intercâmbio entre mulheres da América do Sul, África e Ásia sobre as lutas pelos direitos das mulheres em meio às crises políticas e econômicas vividas em seus países.

“Foi importante também destacar claramente nossas posições na defesa da democracia e dos defensores e defensoras da natureza e dos direitos humanos, assim como do Acordo de Escazú”, finalizou Clara.

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