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As melhores práticas de resiliência de Luna Creciente (Equador)

“Formação política para organizações de mulheres no Equador” é uma das melhores práticas de resiliência desenvolvidas pela organização Movimento Nacional de Mulheres Luna Creciente, do Equador, uma das integrantes da Plataforma Feminista pela Terra e Territórios (FLP, da sigla em inglês).

O trabalho da Luna Creciente tem sido extremamente relevante ao capacitar mulheres líderes em conhecimentos políticos, mecanismos e ferramentas para conduzir processos que contribuam com o desenvolvimento local com base em sua própria cultura e objetivos.

“Luna Creciente reúne mais de 300 organizações de mulheres de setores populares, com grande diversidade de idade, nacionalidade e localização geográfica, abrangendo todas as regiões do Equador”, afirma Clara Merino, diretora executiva da organização.

A FLP mapeou algumas das melhores práticas de resiliência das nossas organizações membro para que outras organizações possam aprender com essas experiências e adaptar ferramentas e estratégias às suas realidades locais. Este artigo faz parte de uma série de textos que detalham as práticas de cada organização. Leia os outros aqui no nosso blog!

Capacitação política para organizações de mulheres no Equador

Agindo em prol da incidência política nos municípios, esta prática foi concebida por Luna Creciente para incluir atividades que estimulem o intercâmbio de conhecimentos, valores culturais e tradições entre os vários grupos de organizações de mulheres nela envolvidos.

Cerca de 4.500 mulheres de 322 comunidades em 6 províncias de diferentes partes do Equador (costa, serra e região amazônica) já foram beneficiárias desta prática, iniciada em junho de 2001.

As atividades realizadas pela Luna Creciente incluem:

● Escolas nacionais e locais de formação política e feminista, saúde integral, direitos da mulher e análise de conjuntura.

● Mapeamento abrangente de cada província e/ou comunidades lideradas por mulheres de base.

● Congressos Nacionais uma vez ao ano (quando tinham maiores recursos econômicos, eram realizados até 3 vezes ao ano e em diferentes províncias).

● Espaços para análise dos ODS, mudanças climáticas e conjuntura local, nacional e internacional.

● Pequenos empreendimentos econômicos e permutas.

● Defesa dos direitos das mulheres à terra junto com os homens, principalmente os jovens, já tendo formado três grupos de defesa da terra e apoio a organizações de mulheres.

Esta foi considerada uma boa prática que serve de inspiração para outras organizações membro da FLP e organizações de direitos das mulheres em geral porque permitiu o crescimento do movimento Luna Creciente e ajudou a capacitar as mulheres, aumentar o respeito por suas famílias e comunidades e promover uma maior conscientização sobre os direitos das mulheres e das comunidades empobrecidas.

A prática é desenvolvida fundamentalmente em comunidades indígenas (68% indígenas, 7% quilombolas e 25% mestiças) formadas por mulheres organizadas. A valorização e o respeito às diversas culturas e tradições e sua participação em um movimento nacional tem sido fundamental para o processo.

“A nossa Escola de Formação Política Feminista tem promovido, ao longo de todos estes anos, a confluência, compreensão e trabalho político organizado de mulheres de diferentes organizações que lutam por terras e territórios, contemplando também os nossos corpos como primeiro território”, explica Clara Merino.

Para o desenvolvimento das ações, Luna Creciente contou com a parceria da Coalizão Nacional de Mulheres do Equador e da Plataforma Plurinacional de Mulheres e Feministas, além do Movimento Indígena, Movimento de Trabalhadores, mídia alternativa e outras organizações feministas.

Entre os resultados do trabalho, Luna Creciente apontou a afirmação de propostas e exigibilidade de direitos aos governos locais e em articulação com outras organizações a alguns espaços do Governo, Assembleia Nacional e Estado.

Na atual situação política do Equador, se vive um aumento do extrativismo, das leis contra as mulheres e povos empobrecidos e de diversos tipos de violência. Por isso, ações como essas são de extrema importância na luta por uma sociedade justa e igualitária.

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